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Por Michele dos Santos Branquinho Resende

Psicóloga CRP 09/007474

 

Eu nasci e cresci em uma cidade do interior de goiás. Uma cidade pequena, onde todos se conheciam e aparentemente tranquila. Quando tinha 14 anos a cidade parou diante de uma menina que subiu no único prédio existente na cidade (ainda em construção) e se jogou dali. Foi nesse episódio que me deparei pela primeira vez com a palavra suicídio e aquilo parecia algo de outro mundo. Suicídio… que palavra estranha! No dia seguinte na escola, só se falava daquilo e a cidade chocada tentando entender os motivos… que sensação pavor… Ontem ao chegar em casa após o trabalho, recebo a notícia de que um jovem se enforcou em um prédio vizinho ao meu… aquela sensação pavor que senti na adolescência veio novamente, mas a palavra suicídio já não tem mais a mesma estranheza da década de 90. Se analisarmos, quantos jovens cometeram suicídio na cidade de Goiânia em 2018? Muitos, vemos isso no jornal o tempo todo. Mas o que estamos fazendo para mudar isso?

É bem provável que o ato suicida não implique num desejo de acabar com a vida, mas na intenção de fazer parar a dor que não se pode suportar. Sendo uma forma extrema de comunicar a solidão do sofrimento aos outros, é sempre um tardio pedido de ajuda.

Para os parentes e pessoas próximas, além do choque, ficam os sentimentos de culpa, tristeza, raiva e até vergonha – é como se todo o ambiente social daquela pessoa tivesse falhado. Por isso tudo, é muito importante falar sobre o tema, e acabar de uma vez com o tabu que o cerca. O suicídio é uma morte evitável, se estivermos atentos aos sinais.

Vamos lutar por nossas crianças, adolescentes e jovens… Vamos lutar pela vida. Temos vivido muitas crises no Brasil e no mundo nestes últimos anos, mas a pior delas está ligada a perda de valores humanos.

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